terça-feira, 24 de dezembro de 2013

UM PASSEIO PELA AMAZÔNIA BRASILEIRA

O balé dos botos
foto tirada por: Ligiéria Alves dos Santos
Santarém - PA
A região Amazônica traz em si a exuberância da natureza, praias exóticas, o balé dos peixes, o malabarismo das aves, a grande floresta, belezas além do que os nossos olhos nos permitem ver...
Em Santarém, cidade do Estado do Pará, acontece um dos mais belos e surpreendentes espetáculos da natureza: O Encontro das águas! Protagonizado pelos rios Tapajós, com suas águas verde-azuladas e calmas e o Amazonas, com suas águas barrentas e correntes.
Esses rios correm paralelos por aproximadamente quatro quilômetros, sem que suas águas se misturem. É um verdadeiro espetáculo da natureza na Amazônia brasileira.
Esse cenário encantador é um "capricho" da natureza amazônica, que tem como fatores determinantes a densidade, temperatura e velocidade das águas de ambos os rios.
O Encontro das Águas que não se misturam
Por: Ligiéria Alves dos Santos
Durante o passeio náutico, é possível contemplar de perto o Encontro dos rios que não se misturam. E nesse espaço, onde o Autor da Vida mostra a sua perfeição na natureza, visualiza-se o balé dos Botos, dá pra ver até o boto cor-de-rosa. Além da presença das Vitórias-Régias... Pelo caminho encontram-se lindas praias, a presença da floresta amazônica, as casas de palafita... Um verdadeiro espetáculo da natureza... Para os geógrafos, um lugar perfeito, de grandes aprendizados!
A natureza é perfeita!



Ligiéria e André Luis

Palafitas

Igapós

Igapós

Lago Juá


No rio Tapajós

As águas que não se misturam

Botos








Um lugar perfeito para um passeio perfeito!




O malabarismo dos pássaros
Ligiéria Alves dos Santos
Santarém - PA
24/12/2013

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

EXCLUSÃO SOCIAL: Só olhar para o lado

Indiferentes, fomos nos acostumando a não enxergar as pessoas, nem a fome, a miséria, o desemprego, a Aids que moram com muita gente que está ao nosso lado. A realidade que nós vivemos, a falta de horizonte para os jovens, exige de nós uma atitude. Não podemos achar normal assistirmos a cenas de fome e de dor no meio da riqueza.
A solidariedade nos diz: pertencemos a um conjunto. O que acontece a alguém, de alguma forma, acontece conosco ou se reflete na nossa vida. Muito da apatia e da insensibilidade diante da exclusão social, que leva as pessoas a verem os problemas dos pobres e problemas estruturais da sociedade como problemas dos (as) "outros (as)", tem a ver com a incapacidade de ver as relações de interdependência entre todas as pessoas e grupos.
em resumo, as pessoas excluídas estão dentro do mesmo território; da mesma sociedade e do alcance dos meios de comunicação que socializam a cultura e os desejos de consumo. Mas, ao estarrem excluídos (as) do mercado de trabalho, estão excluídos (as) do mercado consumidor e das relações sociais reconhecidas pela sociedade.
Estar excluído (a) do consumo não significa somente ter dificuldades em satisfazer as necessidades básicas. Mas também dificuldades na construção da identidade e no relacionamento com outros grupos sociais. Em uma "cultura do consumo", como a que estamos vivendo, o que uma pessoa consome é um elemento importante na definição da pertença a um grupo e na diferenciação em relação a outras pessoas e/ou grupos. Muitos grupos e turmas de jovens são formados a partir do compartilhar os mesmos gostos e padrões de consumo. Assim, estar excluído significa ter uma baixa auto-estima e estar fora das relações sociais que são reconhecidas pela sociedade.
A figura do (a) excluído (a) entra nas nossas vidas como uma "perturbação", seja através das cenas que passam na TV ou das pessoas que cruzamos pelas ruas.
Pertuba-nos porque nos embaraça e incomoda. é também, uma perturbação que pode nos desinstalar, obrigando-nos a uma mudança ou exigindo uma resposta no sentido de dar uma explicação que permita integrar esta experiência na nossa maneira de ser, viver e olhar o mundo.
Muitas vezes fazemos listas de ações e de objetivos para transformar a nossa vida. Pensamos em novas propostas e atitudes que conduzam ao nosso bem-estar interior. Podemos não devemos perder de vista que a felicidade é o resultado de atitudes simples que fazem a diferença não só em nós como também no meio em que vivemos. Participar da comunidade, ajudar outras pessoas ou contribuir para a melhoria do bairro, da cidade e do país é também um meio de crescimento e de realização.

Por: Rui Antônio de Souza
Jornal Mundo jovem, Ano XLIV, nº 371/ outubro de 2006.

SOCIEDADE INCLUSIVA

Nossa sociedade ainda não é inclusiva. Há grupos de pessoas discriminadas até mesmo nas denominações que recebem: inválido, excepcional, deficiente, mongol, down, manco, ceguinho, aleijado, demente...
     Tais palavras revelam preconceito. Através delas estamos dizendo que certas pessoas precisam mudar para que possam conviver na sociedade. O problema é do surdo, que não entende o que é dito na TV, e não da emissora, que não coloca a legenda; é do cego, por não saber das novas leis, e não do Poder Público, que não as divulga oralmente ou em braile; é do encadeirado, que não pode subir escadas, e não de quem aprovou uma construção sem rampas. Assim, dizemos que é responsabilidade da pessoa com deficiência a sua integração à sociedade.
     O termo inclusão indica que a sociedade, e não a pessoa, é que deve mudar. Para isso, até as palavras e expressões para designar as diferenças devem ressaltar os aspectos positivos e, assim, promover mudança de atitudes em relação a essas diferenças.
     A limitação da pessoa não diminui seus direitos: é cidadã e faz parte da sociedade como qualquer outra. Chegou o momento de a sociedade se preparar para lidar com a diversidade humana.

FONTE: Cartilha da Inclusão dos Direitos da Pessoa com Deficiência - PUC Minas Gerais.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A GEOGRAFIA E A PÓS-MODERNIDADE

A pós-modernidade tem sido cada vez mais discutida, seja em seu âmago, seja em suas conseqüências, pelas ciências sociais. Diante de diversas discussões busca-se, neste trabalho, levantar reflexões da Geografia ao que Harvey (1999) denomina "Condição Pós-Moderna", através de análise das principais e mais influentes bibliografias que tratam desta questão, como também trabalhos geográficos, visando contribuir para o estudo das recentes e novas espacialidades e conseqüências sociais diversificadas.
No mundo contemporâneo vivemos uma nova realidade no espaço cultural, político e intelectual, ou apenas nos adaptamos às pequenas e constantes evoluções em nosso cotidiano. Independentemente da resposta a esta questão central, estes "novos tempos" trouxeram novos debates na ciência e, conseqüentemente, o acompanhamento e a contribuição dessa discussão pela Geografia.
Esta nova realidade que se coloca, considerada como a era da pós-modernidade, deve ter suas noções compreendidas na própria modernidade, uma vez que, até pela semântica, percebemos que uma teria relações temporais e/ou evolutivas a partir da outra. Faz-se importante, portanto, retratar as principais controvérsias deste período, que conforme Gomes (2007, p.53) é fundado pelas mudanças que se manifestaram no término do séc. XVII e no decorrer do séc. XVIII, correlacionadas ao iluminismo na Europa. Tais mudanças proporcionam influência mundial no século XX em diante, estabelecendo seu entrelaçamento com a construção e evolução do pensamento geográfico.
O que desencadeia, desde o definir ou o procurar entender o que vem a ser a modernidade, em complexos debates que permeiam afirmar a contemporaneidade como uma possível "pós-modernidade" ou não em um mundo conturbado e metamorfoziado.
As crises da modernidade são às crises do capitalismo e questionadas pelos movimentos contraculturais e antimodernistas a partir dos anos 60, são a cerne do pós-modernismo. Harvey (1999, p.9) afirma em sua obra Condição Pós-Moderna, examinar de forma simplificada os fundamentos político-econômicos, aprofundando depois a respeito da "experiência do espaço e do tempo como vínculo mediador singularmente importante entre o dinamismo do desenvolvimento histórico-geográfico do capitalismo e complexos processos de produção cultural e transformação ideológica" que culminam na condição pós-moderna.
Não é nosso objetivo aqui esgotar estas complexas questões, mas ao contrário, dar início a um debate ainda pouco difundido entre estudantes de Geografia, tentando, através da síntese e análise, trazer para a linguagem e o cotidiano dos nossos futuros alunos, uma possibilidade de contato, visando desenvolver a curiosidade, e despertar (quem sabe?) futuros pesquisadores e epistemólogos da pós-modernidade e suas novas espacialidades.

A PÓS-MODERNIDADE E A GEOGRAFIA.
Existe muita discussão a respeito da pós-modernidade na ciência, e na própria geografia, sendo várias correntes de discussão e tendências que procuram delimitar o debate pós-moderno, no que tange a relação dos conceitos pós-modernos na geografia, é possível detectar uma mudança grotesca nas práticas culturais e político-econômicas desde 1972, e esta mudança está "... vinculada à emergência de novas maneiras dominantes pelas quais experimentamos o tempo e o espaço" (HARVEY,1999, p.7). Portanto, enxerga-se este período do pós-modernismo como um período de transformações culturais.
Ocasionada diante da transformação político-econômica do capitalismo a partir do final do século XX, esta mudança ganha expressão na arquitetura e nos projetos urbanos das cidades, na transformação do fordismo para a acumulação flexível, e na compressão do tempo-espaço que formam a condição pós-moderna. Consideramos muito relevante a descrição de Harvey a respeito da passagem da modernidade à pós-modernidade quando analisa o pós-modernismo:
Começo com o que parece ser o fato mais espantoso sobre o pós-modernismo: sua total aceitação do efêmero, do fragmentário, do descontínuo e do caótico que formavam uma metade do conceito baudelairiano de modernidade. Mas o pós-modernismo responde a isso de uma maneira bem particular; ele não tenta transcendê-lo, opor-se a ele e sequer definir os elementos. O pós-modernismo nada, e até se espoja, nas fragmentárias e caóticas correntes da mudança, como se isso fosse tudo o que existisse (HARVEY, 1999, p.49).
Assim, podemos dizer que as crises e rupturas das correntes modernas são a origem e a sustentação do que vem a ser a pós-modernidade, a cerne do pensamento filosófico pós-modernista está em abandonar por inteiro o projeto do Iluminismo em defesa da emancipação humana, tendo no individualismo sua maior ação.
Percebe-se nestes debates o entrelaçamento da Geografia com a ordem no mundo, seja através da ciência, da sociedade ou pelas diversas manifestações da mesma. O que caracteriza a importância dos debates para a evolução do pensamento geográfico e demonstra, afinal que a ciência geográfica está viva, seja em momento de crise da ciência ou renovação da mesma. As controvérsias colaboram assim, para análises epistemológicas que motivam a avanços no pensamento, e enfim, a superação.
Portanto, enxerga-se este período do pós-modernismo como um período de transformações culturais. Por se tratar de uma situação contemporânea, presente, não é fácil elaborar uma visão crítica da pós-modernidade, por esta ainda não ser uma condição histórico-geográfica. Sendo assim, consideram-se de extrema importância os trabalhos que venham a confrontar e elucidar os diversos posicionamentos frente à pós-modernidade e, em especial, compreender como esta nova realidade pode influenciar e ser influenciada pelo pensamento geográfico

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GOMES, Paulo César da Costa. Geografia da Modernidade. 6ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
HARVEY, David. Condição pós-moderna. 8ª ed. São Paulo: Loyola, 1999.
SALVI, Rosana Figueiredo. A Questão Pós-Moderna e a Geografia. Geografia. Londrina, v. 9, nº.2, p. 95-111, jul./dez., 2000.
SPOSITO, Eliseu Silvério. Geografia e filosofia: contribuição para o ensino do pensamento geográfico. São Paulo: UNESP, 2004.
 

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

PARA APROXIMAR A ESCOLA DO ALUNO

A pedagogia de projetos iniciou por volta de 1920 com a intenção de atender aos interesses dos alunos. Na década de 1970 passou por modificações e imprimiu fortemente um aspecto interdisciplinar.
Chegou aos anos 1980, e até hoje se consolida em ser muito mais que uma metodologia. Segundo o professor espanhol Fernando Hernández, a pedagogia de projetos é uma forma de refletir sobre a escola e sobre a vida. Tem como uma de suas principais funções descompartimentar o currículo escolar. Assim, podemos afirmar que, quando uma escola faz a escolha de atuar com projetos, se desafia a reconstruir o conceito de escola.

A PESQUISA E O DESEJO

Na medida em que um professor planeja suas aulas, a partir do desejo dos estudantes, ele abre a possibilidade de romper com a ideia de que há um conteúdo a ser seguido depois do outro, uma ordem lógica para aprender. O que se torna fundamental é o interesse, a curiosidade, a vontade de conhecer o novo por parte do aluno, não mais aqueles conhecimentos mofados, definidos sabe-se por quem e que precisam ser ensinados a todo custo.
isso não quer dizer que, ao optarmos em organizar nossa escola com a pedagogia de projetos, não ensinaremos e aprenderemos os conteúdos universais. Eles também estarão transitando no universo de aprendizagem da escola, mas mediados por conteúdos do interesse do aluno. Serão pontos de contato, garantindo assim a significação necessária para que a aprendizagem ocorra.
A opção de educar através da pedagogia de projetos ruma em busca de uma educação das perguntas, da dúvida, da indagação. Esse processo de pesquisa se dá tanto por parte do professor, ao preparar as aulas, como por parte dos alunos, que irão construir o seu conhecimento cadenciado a partir de um conjunto de atividades que responderão às suas perguntas prévias. Fica a questão: Estamos dispostos a isso?


Por: Márcia Helena Koboldt Cavalcante (Mestre em educação)
In: Jornal Mundo Jovem. Ano 49. Nº 414. Março/2011

A ESCOLA QUE PRECISAMOS

Segundo Rubem Alves, "o milagre da educação acontece quando vemos um mundo que nunca se havia visto". Mas para que isso aconteça necessita-se de uma política educacional baseada nas transformações e nos anseios.
Não precisamos apenas de belas escolas. Precisamos de profissionais qualificados, preparados para as constantes mudanças que estão ocorrendo no mundo em todos os sentidos.
Precisamos de uma escola politizada, uma escola do ser, que seja capaz de reconhecer, valorizar e lidar com a diversidade de alunos (suas origens), onde haja a confrontação, o diálogo, a troca de experiências.
A escola deve estar em constante revisão de metas para não cair na mesmice falida, e não esquecer do seu compromisso com a verdade.


Por: Elinete Santos Andrade
In: Jornal Mundo Jovem. Ano 49. Nº 417. Junho/2011

PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO

A escola precisa ter projetos, precisa mensurar seus dados, fazer sua própria inovação, planejar-se a médio e longo prazos, fazer sua reestruração curricular, elaborar seus parâmetros curriculares, enfim, ser cidadã. As mudanças que vêm de dentro das escolas são mais duradouras.
No contexto de impregnação do conhecimento, cabe à escola amar o conhecimento como espaço de realização humana, de alegria e de contentamento cultural, selecionar e rever criticamente a informação, formular hipóteses, ser criativa e inventiva, ser provocadora de mensagens e não pura receptora. Produzir, construir e reconstruir conhecimento elaborado.
Estamos vivendo uma etapa fascinante em que precisamos reorganizar tudo o que conhecíamos em novos moldes, formatos, propostas e desafios. Os educadores que compreenderem e usarem essa prática colherão mais rapidamente os resultados em realização profissional.
Numa perspectiva emancipadora da educação, a escola tem que fazer tudo isso em favor dos excluídos. Ela não pode distribuir poder, mas pode construir e reconstruir conhecimentos e saber. Da capacidade de inovar, registrar, sistematizar a sua prática/ experiência dependerá o futuro da escola.


Por: Rosângela Maria Baldessar
In: Jornal Mundo Jovem. Ano 49. Nº 416. Maio/2011