A pedagogia de projetos iniciou por volta de 1920 com a intenção de atender aos interesses dos alunos. Na década de 1970 passou por modificações e imprimiu fortemente um aspecto interdisciplinar.
Chegou aos anos 1980, e até hoje se consolida em ser muito mais que uma metodologia. Segundo o professor espanhol Fernando Hernández, a pedagogia de projetos é uma forma de refletir sobre a escola e sobre a vida. Tem como uma de suas principais funções descompartimentar o currículo escolar. Assim, podemos afirmar que, quando uma escola faz a escolha de atuar com projetos, se desafia a reconstruir o conceito de escola.
A PESQUISA E O DESEJO
Na medida em que um professor planeja suas aulas, a partir do desejo dos estudantes, ele abre a possibilidade de romper com a ideia de que há um conteúdo a ser seguido depois do outro, uma ordem lógica para aprender. O que se torna fundamental é o interesse, a curiosidade, a vontade de conhecer o novo por parte do aluno, não mais aqueles conhecimentos mofados, definidos sabe-se por quem e que precisam ser ensinados a todo custo.
isso não quer dizer que, ao optarmos em organizar nossa escola com a pedagogia de projetos, não ensinaremos e aprenderemos os conteúdos universais. Eles também estarão transitando no universo de aprendizagem da escola, mas mediados por conteúdos do interesse do aluno. Serão pontos de contato, garantindo assim a significação necessária para que a aprendizagem ocorra.
A opção de educar através da pedagogia de projetos ruma em busca de uma educação das perguntas, da dúvida, da indagação. Esse processo de pesquisa se dá tanto por parte do professor, ao preparar as aulas, como por parte dos alunos, que irão construir o seu conhecimento cadenciado a partir de um conjunto de atividades que responderão às suas perguntas prévias. Fica a questão: Estamos dispostos a isso?
Por: Márcia Helena Koboldt Cavalcante (Mestre em educação)
In: Jornal Mundo Jovem. Ano 49. Nº 414. Março/2011
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